sábado, 26 de janeiro de 2013

Brasil, quem paga (a conta) é você


Havia tempo que não me empolgava com algum assunto para colocar no blog. Mas esse ano de 2013 já começou bem. A Globo está passando uma série de reportagens no Fantástico sobre problemas de infraestrutura no país. Chama-se "Brasil, quem paga é você".

Foram duas reportagens até agora, uma no dia 06/01 e outra em 20/01. A primeira sobre diversas obras, tanto privadas quanto públicas, e a segunda exclusivamente sobre a obra de transposição do Rio São Francisco. Vale a pena conferir:

http://g1.globo.com/fantastico/videos/t/edicoes/v/obra-de-usina-no-rs-esta-parada-ha-25-anos/2330039/

http://g1.globo.com/fantastico/videos/t/edicoes/v/transposicao-do-rio-sao-francisco-esta-mais-cara-e-atrasada/2357169/

Confesso que, antes de ver, achei que perderia meu tempo. Imaginei que seriam como quaisquer outras - que nos revoltam, mas não mexem conosco. Viram assunto nas segundas, para depois esquecê-las e continuar nossas vidas normais.

Mas essas me surpreenderam. Ambas foram muito bem feitas. Entendo que abordaram os fatos de forma profissional e por isso resolvi recomendá-las. Alguns fatos chamaram muito minha atenção. Os repórteres conseguiram colocar as situações de maneira explícita, sem manipulações. Foram aos locais das obras, para poder verificar de perto. Buscaram diversas fontes, tanto responsáveis diretos pelas obras quanto os diretamente afetados por elas. Foram apartidários, não julgaram e não apontaram responsáveis. E mostraram o lado social - as pessoas que realmente precisam dos benefícios que essas obras poderiam trazer. Mostraram em High-Definition tanto as ferrugens de obras paradas quanto as peles queimadas do sol dos moradores locais, sem energia ou sem água.

A conclusão de ambas é o que faz pensar. Será que planejamos o suficiente? Poderíamos ter aprimorado os projetos, calculado direito os custos? Será que pensamos com carinho no meio ambiente e no lado social? E os riscos de ocorrer problemas? Talvez, em determinado momento, deveríamos ter pensado que o plano não era assim tão bom. Mas não falamos, com medo de perder nossos empregos ou afetar nossos egos pessoais e profissionais.

Coloco essa questão na primeira pessoa, pois todos nós somos responsáveis por esses fatos. Essa é a grande sacada das reportagens. Algumas pessoas são em maior escala, outras em menor. Talvez por simplesmente não querermos participar - por preguiça ou outra coisa.

 Não somos perfeitos. Mas existe uma coisa que é inaceitável. TEMOS que aprender com nossos erros. As culturas de países "desenvolvidos" foram moldadas com muito custo - com os erros da história. Mas, em determinado momento, geralmente quando passaram por grandes traumas (guerras, doenças, desrespeito a direitos humanos, intransigência de governantes, bombas atômicas,...), eles os documentaram e aprenderam com eles. Quantos filmes emocionam milhões com histórias de pessoas que sofreram, venceram e aprenderam. Pessoas simples, como nós.

Talvez não tenhamos que passar por isso. Ou talvez tenhamos. Não tenho olhos para enxergar o futuro. Mas que o que passamos nos faz crescer, isso é certo. Desde que aprendamos. Talvez precisemos de um governante que, ao invés de dizer o que o país fará por nós, pergunte o que podemos fazer por ele (pelo país). Alguém já disse isso antes?

Então, obrigado à Globo, que conseguiu transformar esse tema, tão caro a todos nós, em emoção. Estou aguardando ansiosamente a próxima reportagem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário